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terça-feira, 20 de março de 2007

Esse deveria ser um post feliz. Mas sou integrante do time que olha a metade vazia do copo. Não tenho o ingresso pra Chico, mas tenho um Visto. E não é um visto qualquer, senhoras e senhores, é um visto holandês. Até ai dá pra contrabalancear. Então, após um dia (quase) perfeito no Recife, é pegar o ônibus e voltar pra João Pessoa. Fim do dia.

Fim do dia, virgula. Ca-la-ro que a pessoa mais comunicativa do ônibus tem que se sentar ao meu lado, já é de praxe. Mas pra que diabos se socializar numa viagem? Numa viagem de 2 horas, diga-se de passagem. Nós não vamos passar 4 anos juntos numa faculdade, não vamos morar no mesmo prédio, não vamos nos ver nunca mais. A fatalidade de sentar ao lado de alguém no ônibus, não obriga ninguém a puxar conversa e contar histórias engraçadinhas da sua vida. Acredite, pessoas estão pouco se lixando para histórias engraçadinhas de desconhecidos.

Tudo começou com o cara dormindo profundamente e...roncando. Mas quando eu digo roncando, me refiro a um som que fez metade do ônibus olhar pra trás. Depois o sujeito acorda e vai dar uns telefonemas. Quando desliga o celular, faz questão de me deixar à par do assunto.

No trajeto Recife-João Pessoa eu sabia mais sobre ele do que sobre minha mãe. Eu sei, por exemplo, que ele pulava o muro do colégio pra gazear aula, que ele sonhava em ser radialista e ter um programa só dele, mas acabou fazendo fisioterapia e que agora faz mestrado em patologia em uma faculdade do Recife. Ele viaja todo dia pra lá e ainda dá aula numa faculdade daqui de segunda à sexta. Teve também a viagem de dois dias que ele fez de ônibus de Campina Grande até Ribeirão Preto junto com um monte de cortador de cana. Ah! Ele também adora tomar uma ouvindo Aviões do forró. Esse sábado ele vai levar o filho dele de 8 anos, que ganhou ingressos, para o circo. Em maio tah indo a São Paulo fazer um curso.

Tudo isso antes de chegar em João Pessoa.

Ele: “Tah calor, né? (pausa) Quando falta assunto a gente fala do tempo.”

Eu: “Pois é, mas como nem calor tah fazendo, acho que a conversa morreu mesmo..haha”

Mas tem gente que não desiste. Eu não estava cantando, eu não estava cantarolando, eu não estava assoviando...eu estava apenas fazendo um “rumrum” no ritmo de alguma música que estava na minha mente. E beeeem baixinho, aliás.

“Você ta cantando que música?”

Aí começou a desfiar um rosário sobre todo o seu conhecimento musical. Chegamos, aleluia!

Bem, isso foi em duas horas. Brasil-Holanda vai durar 24 horas...Deus que me proteja!