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quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Antes de vir para cá fui alertada sobre os mais diverso problemas que poderia ter : homesick, adptacão, frio, comida, etc. Mas ninguém nunca me avisou que ir a o supermercado pode ser algo tão complicado!

A primeira dificuldade foi com o carrinho de compras. É claro que eu sou capaz de reconhecer um quando vejo, mas o problema é conseguir pegá-lo. Ele é preso com uma corrente no carrinho da frente. Então depois do primeiro puxão sem sucesso, fui lá procurar um botao, maçaneta, local para digitar a senha ou seja lá o que for pra tirá-lo do lugar. Foi quando vi alguém colocando uma moeda e saindo tranquilamente para fazer suas compras.

Já descabelada, segui em frente em busca do creme de leite. Vou seguindo os rótulos na prateleira: Leite de coco, leite condensado …mas cadê o diabo do creme de leite? Ele é primo do condensado ! tem que estar aqui. Ando pra cá, ando pra lá e nada. Resolvo pedir ajuda a alguém que está colocando os produtos na prateleira. Mas como é mesmo que se diz creme de liete em holandês ? em inglês, pelo menos ?

‘ com licença, eu to procurando, er…eu to procurando por uma coisa que parece com isso aqui (apontando para leite condensado), mas ele é mais..er...cremoso ( ?)’

O cara me fez um sinal afirmativo com a cabeca. ‘Siga-me!’. Obedeci prontamente. Quando a gente chegou na parte dos frios, ele me entrega algo que diz no rotulo ‘sour creeam’. ‘moço, desculpa, mas não é isso, não…’ Ele preciona os lábios com forca, franze a testa e vai chamar mais alguém pra ajudar. Nessa parte eu já tava querendo sair corrida dali! ‘não, obrigada. Eu não preciso de comida pra viver. Eu posso viver da luz do sol ? ah, sol na holanda é so de vez em quando, verdade. Tudo bem, eu como as flores’. Depois deles me apresentarem de qualhada a iorgute natural, finalmente me trazem o creme de leite. Tudo bem. Eu sei que TODO mundo sabe que é creme fraiche, mas EU não !

A última vez foi a uva-passa. Embora sem idéia de como se dizer isso em qualquer idioma além do português, eu sabia a sessão do supermercado. Damascos, passas com damasco. Nozes. Passas com nozes. Passas com amendoas. Mas cadê as uva-passa sem companhia? Tinha um turco do meu lado. Resolvi pedir ajuda mais uma vez.

“moço…o vc tah vendo essas coisinhas pretas nessa caxinha?’.
‘nao, minha filha, isso é uma ilusao da sua mente. Volte pra casa, tome um copo de leite morno e descanse’, teria respondido eu. Mas como estamos falando de uma pessoa aparentemente gentil ele me lancou um ‘yeah’ bem simpatico. ‘ como é o nome delas em holandês ?’ ; ‘rozijn’ ; ‘certo…tem onde eu encontrar um pacote com com rozijn ?’ ; ‘Claro, espere aqui !’. Ótimo, ele acha que sou retardada =] ‘eu achei as passas, mas tem taaaantas opcões, venha aqui ver !’. Pois é, achei a uva-passa. Uma prateleira cheinha.

Ah ! É aconselhavel levar a sua sacola de compras de casa, porque aqui vc tem que pagar pelas sacolinahs de plástico.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Depois de quatro meses tentando fazer a sobrancelha sozinha, percebi que o máximo que consegui foi me tornar uma sosia da Frida Kahlo. Resolvi então tirar cinco euros do meu salario auperiano para pagar um profissional que pudesse me ajudar.

Essa boa alma se encontra no salão do outro lado da rua. Ela me aponta a cadeira, pede que eu me sente. Pega um carretel, faz um “x” com a linha, segurando a ponta com os dentes. Até então eu só tinha visto essa técnica na TV. A mulher posiciona o rosto dela a apenas alguns milimetros do meu e dá inicio aos quinze minutos mais dolorosos da minha existência. Depilar virilha com cera quente? fichinha depois disso! Tentei mentalizar coisas boas pra não chorar com a dor: minha mãe, comida, sexo, melhores momentos da minha infância, brigadeiro de panela em dia de chuva...inutilmente.

Ela me pede para esticar a parte de cima da sobrancelha com uma mão e a palpebra com a outra. A essa altura meu coração estava cheio de ódio. Porque eu odeio profundamente qualquer criatura qe me provoque dor, mesmo que eu pague para senti-la.

A mulher se empolgou de uma maneira, que eu senti que ela saiu podando todos os pêlos que ela via pela frente. Parecia até aquele episódio do
Pica Pau que ele é um barbeiro e vai cortar o cabelo do leão fugitivo.

Ela termina sorridente, com mãos na cintura e expressão de missão cumprida. Admito que meu rosto nunca esteve tão lisinho, nem minhas sobrancelhas tão parecidas com a de uma Drag Queen.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Eu, que sempre atraí as pessoa mais toscas com as cantadas mais infames, cheguei ao fundo do poco. Hoje fui cantada por alguém com dentadura.

Tudo comecou quando eu, pra não perder um tram e acabar chegando atrasada na aula, simplesmente pulei. A excecão de alguma cidades, não há cobradores dentro dos trams da Holanda. Voce compra uma cartela e marca numa maquininha lá dentro. O que acontece é que esse bendito que eu pego pra ir pro centro, a gente tem que carimbar do lado de fora.

E, justamente nesse dia, a fiscalizacão entra. ‘Fudeu’, penso. O fiscal vem em minha direcão e eu faco uso de minha frase mais constante nessa terra : ‘in English, please’. Ele dá um sorriso exibindo os dentes tão descaradamente falsos, que chamaria menos atencão se ele assumisse a banquelice. Daí pra frente não consegui desviar os olhos nenhum segundo daquela arcada dentaria fake.

Eu fiz a cara mais inocente que eu pude, explicando que eu entrei procurando a ‘coisinha pra marcar’, mas que não tinha encontrado. Ele me informa que nos novos modelos de tram, a gente faz isso do lado de fora. ‘meu Deus, é preso com um ferrinho do lado direito’. Que a multa por tentar andar de graca é de 75 euros. ‘Será que dói ?’. Daí eu argumentei, dizendo que era nova da cidade, não sabia disso. Ele perguntou de onde eu era.

- Brasil.
- Oh, Brasil. Eu estive lá. Fui ao Rio. É um lugar maravilhoso.
- Ah, é um país cheio de dentaduras, digo, de belezas.

Então ele comeca a falar em espanhol, dizendo que consideraria voltar ao Brasil, se fosse convidado por mim. Pediu meu telefone pra que a gente pudesse marcar tomar ‘uns traquitos’. No primeiro momento eu pensei em dizer que não tinha celular, mas com minha maré de sorte, era terminando a frase e ele tocando. Preferi dizer que não sabia o número ainda (o que é verdade). Ele me deu o dele e pediu preu dar um toque. ‘Er…eu estou sem crédito’. Acabou que consegui me livrar da punicão.

- Dessa vez não tem problema, voce não vai levar multa.
- Oh, é muita dentadura de sua parte, senhor Gentileza.

Eu juro que até agora me pergunto se ele foi todo sorrisos o caminho todo ou se simplesmente não conseguia fechar a boca por conta do tamanho da protese. Chego na estacão central, ele também desce e se despede com um largo aceno de mão (gracas a Deus os holandeses não abracam, Jesus !) . ‘me ligue mesmo, hein ?’ ; ‘claro, claro, pode esperar…sentado’.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

‘Para entender a obra de Rembrant, figura chave na pintura ocidental, , primeiro é preciso compreender a sua vida (…)’

Foi EXATAMENTE nesse tom, de quem explica a um leigo sobre arte, que minha host me deu uma aula de como passar ferro.

Admito que o ferro de passar me servia como peso de papel para as contas de luz e telefone. Mas minha host fez questão de abrir as portas do fascinante mundo desse aparelinho para mim.

Quando chegeui na cozinha, havia várias camisas penduradas nos trincos dos ármarios. Pacientemente, ela me mostrou uma a uma, falando dos tipos de tecido, de suas necessidades ( !), a funcão vital das dobras nas costas da camisa de evitar marcas de suor e da diferenca gritante entra uma camisa 100% algodão e outra com apenas 80%.

Depois das camisas, vamos para a forma da passadeira. ‘antes de tudo voce tem que entender a camisa ( ?) e só assim adapta-la de forma correta a passadeira. Ela não tem esse formato por um acaso”.

E, finalmente, o ferro de passar. ‘vc tem que distribuir o peso para que ele vá por todo ferro. Nessa parte (indo para os botões), vc usa apenas a ponta, é para isso que ele tem esse formato (ah, o bendito formato!). Não, não é assim! Lembre-se de distribuir a forca...isso !’

Eu estava ali, completamente absorta, com uma cadernetinha na mão tomando nota de cada palavra.

‘Se voce for trabalhar numa loja de roupas, voce vai ter que saber fazer isso’

‘É, vc tah certa…e vou pedir pra vc escrever uma carta de referencia pra mim’

Juro que ela fez uma cara de orgulho nessa hora !

‘your mother is going to be sooo pround of you’

Claro, o sonho de mamãe é ter uma filha passadeira "professional". Gratidão eterna de toda minha familia.

Aula da semana seguinte: como dobrar roupas. Todo o conhecimento sobre essa arte milenar vou guardar pra mim.

Outro dia, guardando a louca do jantar, o host pega todas as colheres e coloca contra a luz. Depois de um exame meticulosa, tira duas delas, com o mesmo formato das outras, mas 1,5 cm. maior (eu medi depois ).

‘Essa daqui são as colheres pra salada e tem que ficar aqui (colocando-as na mesma gaveta, mas em outra parte). Não que esse seja um problema TÃO grande, mas quebra o meu ritmo na cozinha e (…)’

No meu último dia aqui eu foi misturar toooodos os talheres olhando nos olhos dele, pego minha mala e vou embora.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

“A oma vem passar o fim de semana com a gente”

Essa frase me deu um arrepio na espinha. Avós normalmente trazem uma sensacão boa, mas pensar em ficar cara a cara com a pessoa que criou minha host, acreditem, dá medo.

Na sexta, quando estava de saida, abro a porta do quarto e penso : “não é avó que veio visitar a familia, é o avo, e o avo é uma drag queen setentona”.

Infelizmente não estava com a máquina fotografica e deixei escapar o momento. Mas é só imaginar um Hobbit com o cabelo da Ana Maria Braga. Não bastasse a "forcinha" que a natureza deu, ela vem tão cheia de badulaques que parece um souvenir chinês. Não me surpreenderia se ela tiver algum botão, que ao ser apertado, começe a tocar “it is raining man” instrumental.

"A senhora é a cara de sua filha!"
"Obrigada"
"Isso não foi um elogio, minha senhora". (pensamento não expresso)

A presenca dela me deixa constrangida. No almoco ela sentou ao meu lado, e, descaradamente, me encarou o tempo todo, um olhar de crítica e análise. Além de falar mim em holandês.

No fim da tarde, quando estava no computador, ela me perguntou num inglês tão esdrúxulo, que tive que pedir pra ela repetir quatro vezes, se também fazia parte do meu trabalho ficar no computador.

Mais tarde, saí dos meus aposentos no mesmo momento que ela passava no corredor. Ela simplesmente parou e meteu a cabeca dentro do meu quarto. Assim, do nada. Assim, sem cerimônia.

No outro dia ela atrasou meu trabalho porque acordou depois das 10 da manhã e só pude ir arrumar o quarto de Céline quando ela foi pra cozinha. Meu Deus, ninguém avisou a essa mulher que avós acordam às 6 :00 da manha, fazem o café e depois vão à missa ? Ninguem avisou essa mulher que a morte é algo bem conveniente depois dos 70 ? E depois tive que arrumar a cozinha de novo, porque ela tirava e não colocava nada no lugar.

Perguntei, assim como quem não quer nada, por quanto tempo ela ia ficar. A resposta do host, num inglês resmungado que eu acho que não devia ter escutado, foi : “parece que o ano todo”.

E ela partiu, no momento que o carro saiu , todas as nuvenzinhas negras em cima da casa se dissiparam, os passarinhos voltaram a cantar e a vida voltou ao normal.

Fim.

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Como vi que minhas roupas de inverno brasileiras de nada servem na primavera holandesa, resolvi fazer compras.

Depois de andar por todo centro da cidade, finalmente encontrei o que queria. Passo no caixa, saio da loja e ainda chego a tempo de pegar Celine na escola. Mas...

Quando saio da H&M, o alarme dispara. Como tinha um monte de gente saindo ao mesmo tempo, tive certeza que a história não era comigo e continuei andando. Em poucos segundo, sinto alguém segurar meu braco. Quando me viro pra olhar, vejo um negão engravatado de 2 metros de altura, esbravejando alguma coisa em holandes. Era o seguranca da loja. "Fudeu, a historia é comigo".Meu ingles desapareceu no mesmo minuto. Com muito esforco, consegui algo como : "in...in...ingrish, pris".

Ele pediu para que eu o acompanhasse. Quando chegamos na porta da loja, ele segurou a minha sacola de compras e pediu para que eu entrasse. Nada do alarme disparar. quando ele entra, o dispara mais uma vez. Lá vou eu mostrar a nota, ele checa tudo, revista minhas sacola. Finalmente, encontra no bolso da jaqueta, o protetor que faz o bendito alrme disparar. Ainda assim não se convence: "venha comigo" e vai até o caixa falar coma moca que me atendeu. A essa altura a loja toda já estava me olhando. Pedi a Deus pra ser transparente, mas ele nao atendeu meu pedido. Eu tinha cara de culpada de tão envergonhada que estava.

Nesse meio tempo imaginei de tudo: eu sendo presa, deportada, minha cara estampando o Jornal da Paraiba...hehehe

depois do mal entendido desfeito, ele só me entrega a sacola de volta, sem um pedido de desculpas e ainda diz que dá proxima eu tenho que ficar parada e não sair andando.

Mais do que vergonha, tive ódio. E mais ódio ainda, por não saber se esse sentimento me era de direito. Se fosse como no Brasil eu poderia, além de ficar puta, processar a loja. E um processo extra: alegaria que era preconceito pq eu era latina (já que a gente adora proteger as minorias..hehehe). Ganharia bem mais do que um pedido de desculpas.

Mais tarde vim saber que o que aconteceu comigo é normal. Em certos aspectos, nosso país em processo de desenvolvimento ainda tem muito a ensinar ao velho mundo.

quarta-feira, 9 de maio de 2007



Tem dias em que a gente acorda Deus. Dias nos quais nada nos abala, em que podemos de tudo. Somos seres divinos, capazes de resolver todos os problemas, passar imunes pelas exasperações cotidianas mudar o mundo até, afinal, ele nos pertence. Podemos fazer as outras pessoas felizes e as injustiças serem resolvidas.

Em contrapartida, há dias que somos desgraçadamente humanos, nos quais a menor farpa lançada, mesmo sem intenção, estremece todas as nossas estruturas.Nesses dias somos limitados, talvez pela mediocridade dos nossos erros, talvez pela consciência da mortalidade. O fato é que, quando nos acordamos humanos, somos vulneráveis. Não conseguimos nem fazer a nos mesmos felizes, muito menos aos outros. Dias em que nos perguntamos da onde veio a sensação de que podíamos mudar tudo se, com muito esforço, conseguimos manter as contas em dia.

Hoje acordei humana.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Que a Holanda é um país lindo, de primeiro mundo, super organizado, cheio de pastos verdinhos, onde correm vacas e ovelinhas fofinhas, todo mundo já sabe. então não vou ficar discorrendo aqui sobre maravilhas conhecidas. O dia-a-dia talvez seja bem mais interessante.

Nos meus primeiros 10 minutos em terras holandesas, ainda no aeroporto, resolvi pedir ajuda a um cara pra colocar minahs malas no carrinho.

- Did you put rocks on it!?

-Well, it is going to be a long stay..hehehe

O cara já me olha atravessado e quando dou o "thank you" mais simpatico possivel, ele me responde com um "yes" que mais paracia um: "Obrigada!? Obrigada!? É só isso que vc tem a me dizer, sua vaca?" . "oxe, cade a tão falada educacao europeia!?", penso eu. blah, mas até ai, tudo bem.

Em poucos dias aqui, pude perceber que a relacão desse povo com a água é algo, digamos...peculiar. Dados da nossa última pesquisa apontam que 90% dos holandeses nunca ouviram a frase: lavar as mãos antes das refeicões. Os 10% que disseram ter ouvido, não conseguiram fazer uma associacão lógica o que impede que a sentenca seja tranformada em prática.

Pude compravar isso em um pizzaria. Lá vem os nosso pedacos de pizza sem garfo, sem faca, sem guardanado pra vc segurar...fui procurar uma pia pq...er...bem, pq ia comer e tinha que lavar as mãos, oras! O que descobri é que não é uma atitude comum por aqui. Fui tentar explicar o porque é importante fazer isso antes de comer. E foi pra uma pessoa com mais de 30 anos, não pra Céline que tem apenas 4. O que escutei foi que: " não adianta nada, pq depois que vc pega no trinco do banheiro, sua mão já está suja de novo." Esse foi um argumento irrefutável.

Mas até agora o que ganha em disparada é lavar pratos. Lá estou, depois do jantar, lavando a louca...a minha host andando de lado pro outro, me olhando pelo canto do olho..."bem, eu já me acostumei com o jeito que vcs brasileiros fazem isso." (a au pair anterior também era brasileira). Mais cinco minutos andando de lá pra cá e: "Bem, mas é meio sujo". Admito que escutar isso de alguém que beija a boca de um gato, feriu meu brio de menina asseada. E ela foi, feliz da vida, me mostrar como se lava prato no primeiro mundo.

1. antes de tudo lave bem a pia. Ela tem que estar tinindo antes de ser emporcalhada.

2. encha a pia de água. Em seguida, acrescente uma colher (chá) de detergente e coloque tooooooda a louca nela. tudo é lavado na água parada, que, a essa altura, está completamente suja. vc coloca a mão dentro da pia e sai com uma luva de gordura.

3. o próximo passo é só passar a louca embaixo da torneira e...voilá! nem precisa tirar todo o sabão. Agora é só enxugar e guardar nos ármarios. :D

ah! as panelas merecem uma atencao especial. Bombril aqui é meramente decorativo. vc tem que passar DELICADAMENTE a parte amarela da esponja pra não arranhar. E só. Antes uma panela suja do que arranhada.

Minha host insiste em dizer que o nosso jeito é uma festa pras basterias. Pra mim, o dela é só levá-las para um parque aquatico.

Olhe, essa mulher ainda vai me render muitos posts..hehehe

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Para evitar cenas como a do post anterior, dessa vez resolvi viajar de carro. Minha primeira viagem longa dirigindo.

Lá fui eu completar o tanque. Checar óleo, água do radiador e calibrar o pneu, que o frentista afirmou que tava “bonzinho, bonzinho, não precisa calibrar. Vá sem medo, minha filha. Frase posteriormente substituída por: “como é que você me viaja com os pneus quase secos, menina?”, vinda do meu pai.

Entrego o cartão de crédito.

“Mas você não é brava como a Piovanni, não, né?”

“Não” (sorrisinho amarelo)

“Eu já fiz essa piada, num foi?”

“Três vezes nas duas ultimas semanas”

Demorei uma hora e meia pra chegar no Recife e duas horas pra sair de lá. Se eu tenho dificuldade de achar o banheiro no Manaíra shopping, o que dirá acertar a BR 232 rumo ao interior.

Desorientada como só eu consigo ser, entrei por onde não devia. E lá vai eu, atravessando Paulista, Olinda. “Ow, ó como o mar tah lindo hoje! Oxe, mar? Mas eu num to indo pro sertão?”

“Moço...Moço...Mooooço! Como é que eu faço pra pegar a 232?”

“É só dobrar no quinto sinal a exxxquerda”

Daí até Arcoverde, tudo tranqüilo. Fui me despedir da família, dos amigos. E responder trocentas vezes que: não, eu não estou indo pra Holanda por causa da novela. Eu não vou morar em uma casa barco. Eu não vou estudar artes. Eu não vou voltar grávida, muito menos de gêmeos. Mas parece que as pessoas cortam o “não” das minhas frases e memorizam a sentença no afirmativo. O povo quer me transformar numa nova Nanda.

Viagem de volta desagradável...mas aqui estou, de volta a minha realidade por um tempo limitado.

12 dias.

terça-feira, 20 de março de 2007

Esse deveria ser um post feliz. Mas sou integrante do time que olha a metade vazia do copo. Não tenho o ingresso pra Chico, mas tenho um Visto. E não é um visto qualquer, senhoras e senhores, é um visto holandês. Até ai dá pra contrabalancear. Então, após um dia (quase) perfeito no Recife, é pegar o ônibus e voltar pra João Pessoa. Fim do dia.

Fim do dia, virgula. Ca-la-ro que a pessoa mais comunicativa do ônibus tem que se sentar ao meu lado, já é de praxe. Mas pra que diabos se socializar numa viagem? Numa viagem de 2 horas, diga-se de passagem. Nós não vamos passar 4 anos juntos numa faculdade, não vamos morar no mesmo prédio, não vamos nos ver nunca mais. A fatalidade de sentar ao lado de alguém no ônibus, não obriga ninguém a puxar conversa e contar histórias engraçadinhas da sua vida. Acredite, pessoas estão pouco se lixando para histórias engraçadinhas de desconhecidos.

Tudo começou com o cara dormindo profundamente e...roncando. Mas quando eu digo roncando, me refiro a um som que fez metade do ônibus olhar pra trás. Depois o sujeito acorda e vai dar uns telefonemas. Quando desliga o celular, faz questão de me deixar à par do assunto.

No trajeto Recife-João Pessoa eu sabia mais sobre ele do que sobre minha mãe. Eu sei, por exemplo, que ele pulava o muro do colégio pra gazear aula, que ele sonhava em ser radialista e ter um programa só dele, mas acabou fazendo fisioterapia e que agora faz mestrado em patologia em uma faculdade do Recife. Ele viaja todo dia pra lá e ainda dá aula numa faculdade daqui de segunda à sexta. Teve também a viagem de dois dias que ele fez de ônibus de Campina Grande até Ribeirão Preto junto com um monte de cortador de cana. Ah! Ele também adora tomar uma ouvindo Aviões do forró. Esse sábado ele vai levar o filho dele de 8 anos, que ganhou ingressos, para o circo. Em maio tah indo a São Paulo fazer um curso.

Tudo isso antes de chegar em João Pessoa.

Ele: “Tah calor, né? (pausa) Quando falta assunto a gente fala do tempo.”

Eu: “Pois é, mas como nem calor tah fazendo, acho que a conversa morreu mesmo..haha”

Mas tem gente que não desiste. Eu não estava cantando, eu não estava cantarolando, eu não estava assoviando...eu estava apenas fazendo um “rumrum” no ritmo de alguma música que estava na minha mente. E beeeem baixinho, aliás.

“Você ta cantando que música?”

Aí começou a desfiar um rosário sobre todo o seu conhecimento musical. Chegamos, aleluia!

Bem, isso foi em duas horas. Brasil-Holanda vai durar 24 horas...Deus que me proteja!