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terça-feira, 19 de agosto de 2008

De volta à realidade brasileira, sem festivais de verão onde a gente pode deitar em um gramado verdinho e aproveitar diversos estilos musicais, resolvi me render a um show de axé. Embora o Jampa Indoor não tenha sido meu primeiro contato com esse universo, foi a primeira vez que acompanhei o desenrolar da festa completamente sóbria. Acreditem, isso lança uma nova luz sobre os fatos. O evento deveria ser rebatizado de freak show indoor.

Dificilmente uma festa conseguiria unir tanta gente feia e mal vestida por metro quadrado. Mas como mal vestida se o uso do abadá é obrigatório? A-há, você não contava com a astucia das piriguetes ao personalizar a vestimenta. Na mão delas, a camisa verde limão ora ganha modelagem que deixa a barriga protuberante à mostra, ora é combinado com uma faixa de cor gritante na cintura. As meninas optam por shorts que deixam saltar todas as celulites e forçam o nascimento prematuro de mais alguma centenas. Para calçar em um show que você vai pular por umas dez horas, nada melhor que sandálias gladiador ou até mesmo um salto alto. Os meninos usam bermudão estampado. Estampadissimo. Eu já mencionei que a camisa era verde limão?

Para entrar no local é necessário deixar objetos cortantes e boas maneiras do lado de fora. Mesmo tendo cinco metros de espaço para passar, é certo que mil pessoas vão esbarrar em você na tentativa de levar alguma parte do seu corpo.

Já cheia de hematomas e pernas doloridas, sou levada pela multidão para o lado direito do palco. “o que é isso!? Um passo novo de axé? Um arrastão?”, “É briga! É briga!”. Claro. Um grupo tinha começado a brigar praticamente embaixo do local onde os seguranças estavam. Alguém da multidão questiona: “ Oh, segurança, vai fazer nada não”; “Meu filho, eu sou mulher!”, responde ela sem mostrar qualquer constrangimento. Apesar disso, volta e meia aparecia um segurança (homem), dando uma chave de pescoço em alguém e arrastando o sujeito par ao lado de fora.


Resolvemos ir embora antes do fim da festa, no meio de uma música que rima coração com caminhão. Quase fomos extorquidas por um taxista. Tomo banho, corro pra cama. Fim de noite. Fim de noite o Ca-ce-te! No meio da madrugada acordo com conjuntivite. No dia seguinte descubro que foi uma epidemia do jampa indoor, já que várias outras pessoas acordaram remelentas. Certeza que Deus abençoa os chicleteiros?

2 comentários:

Monique Vilante disse...

Como integrante dessa meia-maratona com abadá verde limao brega, assino embaixo de tudo o que foi dito neste texto!!! Tem como o povo nao ser mundiça nessas micaretas? Nao, ne? Droga, eu sempre tenho a esperança de que nao estarei no miolo de uma briga! Ah, tb fui felizarda com cunjuntivite! Por isso deus nao abençoou, Lu! NAO SOMOS CHICLETEIRAS, ESKECEU?

Anônimo disse...

Estava eu navegando neste grande mar virtual e acabei aportando por aqui. Adorei o seu blog e voltarei mais vezes. Espero novas postagens. Abraços.